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Diretrizes para o processamento de endoscópio flexíveis

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Mensagem por Admin Sáb Nov 14, 2020 4:32 am

Diretrizes para o processamento de endoscópio flexíveis




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As “Diretrizes para processamento de endoscópios flexíveis” detalham como diminuir o grau de contaminação de endoscópios flexíveis. 1 De acordo com um artigo que relatou erros de processamento, a omissão da pré-limpeza de endoscópios antes do processamento, o uso incorreto de contêineres para o transporte de endoscópios contaminados e a limpeza inadequada de canais e elevadores estão entre os eventos que descumprem as normas e que podem levar pacientes ao tratamento com endoscópios contaminados.2 As Diretrizes  atualizadas fornecem recomendações práticas para o layout da sala de processamento de endoscópios e melhores práticas para testes contra vazamento, de limpeza, inspeção e armazenamento de endoscópios flexíveis.

Layout efetivo para sala de processamento de endoscópios

Após a pré-limpeza de endoscópios flexíveis na sala de processamento, membros do grupo perioperatório devem transportá-los para a área de processamento designada assim que possível. Os funcionários devem manter os endoscópios úmidos mas não submersos em líquidos que possam contaminar outras áreas ao serem derramados ou espirrados. Para transporte de endoscópios flexíveis do ponto de uso à sala de processamento, funcionários devem utilizar contêineres fechados à prova de furos e vazamentos, ou carrinhos de transporte grandes o suficiente para que os endoscópios fiquem enrolados em voltas largas para impedir estragos causados por voltas apertadas.

A existência de uma área física separada para atividades de processamento impede a contaminação de salas de procedimentos e de cuidado ao paciente. “O layout da suíte endoscópica, os processos desenvolvidos para manutenção e controle do ambiente e os procedimentos feitos na sala afetam o processamento de endoscópios flexíveis,” afirma Sharon Van Wicklin, MSN, RN, CNOR, CRNFA (E), CPSN-R, PLNC, especialista sênior de práticas perioperatórias da AORN e autora principal das Diretrizes.  O espaço mínimo recomendado para uma área de processamento de endoscópios é uma sala que acomode duas áreas distintas, uma para descontaminação e outra para limpeza para que não ocorra contaminação cruzada; as Diretrizes atualizadas fornecem os componentes recomendados para o layout da área de processamento (e.g., portas automáticas ou abertas pelos pés). 1

Os funcionários que trabalham na sala de processamento de endoscópios devem usar máscaras cirúrgicas, proteção nos olhos, aventais à prova de fluidos, luvas que cubram os punhos do avental e calçados à prova de água, para protegê-los da exposição a material potencialmente infeccioso ao trabalharem com endoscópios.


Passos importantes para minimizar a contaminação de endoscópios

Somente funcionários qualificados devem limpar, desinfetar e esterilizar endoscópios flexíveis, de acordo com as instruções do fabricante (IPU). A limpeza manual de endoscópios, após teste para vazamentos, deve ser feita assim que possível para evitar a formação de biofilmes.   Após a limpeza manual e inspeção visual os funcionários devem seguir as IPU do fabricante para empacotamento e esterilização ou processamento mecânico que auxiliem a garantia de consistência e limitem a exposição de funcionários a materiais biológicos perigosos.
Teste para vazamento

Os funcionários devem testar todos os endoscópios flexíveis quanto a vazamentos, mesmo os novos, emprestados, restaurados ou que requeiram processamento antes do uso. 1 O objetivo do teste para vazamento é identificar qualquer defeito no endoscópio e impedir que o defeito piore durante o processo de limpeza se não for selado. Os funcionários devem remover todas as tampas de orifícios e válvulas de funcionamento, vedar o endoscópio enquanto ele se encontra em configuração solta, manipular todas as partes soltas e acionar os controles de vídeo em todos os endoscópios que necessitem teste para vazamento.  Vedar o endoscópio conforme orientação do fabricante por pelo menos 30 segundos aumenta a chance de detecção de vazamento e minimiza o risco de comprometimento do aparelho.
Limpeza manual

O processo de limpeza requer fricção, água e soluções de limpeza para que todo material orgânico e sujidades sejam removidos; isso não elimina micro-organismos diretamente. Soluções de limpeza podem incluir as de uso geral que funcionem como detergentes, e soluções enzimáticas, que sejam compostas por várias enzimas que quebrem um composto específico (e.g. lipídios proteínas, carboidratos). Um estudo que relacionou a efetividade de várias soluções de limpeza e desinfetantes para remoção do biofilme constatou que as soluções enzimáticas são mais efetivas que os detergentes; agentes aldeídos não somente deixaram de remover o biofilme como tornaram sua remoção mais difícil. 3

Funcionários devem seguir as IPU do fabricante para a qualidade da água usada, sua dureza, pH e temperatura; concentração da solução de limpeza a ser utilizada, armazenamento e validade; assim como o tempo de contato entre o dispositivo e a solução. Além disso, funcionários devem utilizar escovas do tamanho e material recomendados, especialmente para os canais dos lúmens; escovas devem ter o maior contato possível com os endoscópios sem danificá-los. Avanços na tecnologia das escovas (e.g. discos elastoméricos, escovas de microfibra) têm sido obtidos no sentido de aperfeiçoar o contato entre escovas e superfícies para assegurar a remoção do bioburden.
Inspeção visual

Antes de realizar desinfecções de alto nível ou esterilizações, os funcionários devem inspecionar os endoscópios flexíveis e acessórios limpos visualmente, na procura de sujeira residual ou defeitos que justifiquem interrupção do uso ou conserto. 1 As diretrizes recomendam o uso de ampliação iluminada na procura de danos, quando feita a inspeção de endoscópios, e sugerem a inspeção de canais internos (figura abaixo) com uma câmera ou boroscópio. Inspeções visuais devem avaliar a limpeza, partes que faltem, clareza das lentes, integridade dos selos e juntas, umidade e funcionamento apropriado. 1
Desinfecção de alto nível e esterilização

Conforme a classificação de Spaulding, componentes delicados que penetram em tecido esterilizado ou no sistema vascular devem ser esterilizados, enquanto componentes semi delicados que entram em contato com a pele aberta ou membranas mucosas podem ser esterilizados ou terem passado por desinfecção de alto nível. 4 Uma proposta recente de  modificação do sistema de classificação  Spaulding propõe a expansão da lista de componentes delicados, incluindo dispositivos que penetrem no tecido esterilizado ou no sistema vascular secundariamente através de uma membrana mucosa (e.g.  um broncoscópio que penetre nos brônquios através da boca ou do nariz).5 A incorporação desta modificação faria com que todos os endoscópios flexíveis tivessem que ser esterilizados; isso poderia impedir infecções em pacientes porque a esterilização eliminaria todos os micro-organismos e esporos de bactérias que podem permanecer ativos mesmo após uma desinfecção de alto nível. Esta modificação também resolveria o problema de acessórios delicados que passem pelo endoscópio e que possam ter sido expostos a patógenos residuais em endoscópios que não tenham sido esterilizados.


Exigências para armazenamento de endoscópios

Os funcionários devem armazenar os endoscópios em armários fechados que fiquem perto mas não dentro da sala onde são processados e a pelo menos 90 cm de distância de pias para redução do risco de contaminação potencial. Os endoscópios devem ser guardados em armários de secagem por onde circule ar filtrado que possa também passar pelos canais endoscópicos.  Se um armário de secagem não estiver disponível, os endoscópios devem ser guardados em armários fechados que tenham pressão positiva que permita a circulação de ar filtrado ao redor deles. 1

“Nossa recomendação prévia era para que o armazenamento antes do reprocessamento não ultrapassasse cinco dias, mas já não pensamos mais assim,” diz Van Wicklin. “Agora recomendamos que um grupo multidisciplinar, que inclua pessoas que trabalhem com a profilaxia de infecções, enfermeiras padrão que façam endoscopias, técnicos de processamento endoscópico, endoscopistas e outros profissionais da área, estabeleça o tempo máximo de armazenamento de endoscópios flexíveis considerado seguro para uso sem reprocessamento.” Este grupo deve levar em consideração fatores específicos do local que possam afetar o tempo de armazenamento, como a efetividade do processamento e as condições de armazenamento (e.g. acesso restrito, armário de secagem), frequência de uso e população de pacientes.



CANAIS INTERNOS de endoscópios flexíveis. Reimpresso com permissão das Guidelines for Perioperative Practice. Copyright 2016, AORN, Inc. 2170 S. Parker Road,, Suite 400, Denver, CO 80231. All rights reserved
Conclusão

Profissionais do grupo perioeratório e funcionários que trabalhem em processamento estéril devem seguir as recomendações baseadas em evidências nas Diretrizes atualizadas a fim de maximizar a efetividade de seus procedimentos de processamento. Funcionários devem seguir as IPU fornecidas pelo fabricante de cada dispositivo para assegurar uma limpeza efetiva sem que tais dispositivos sofram danos.                                                                                   Uma área cuidadosamente designada para o processamento e a execução minuciosa de cada passo de limpeza e desinfecção ou esterilização irá minimizar a possibilidade de disseminação de agentes patogênicos entre dispositivos e pacientes.



Referências

   Guideline for processing flexible endoscopes. In: Guidelines for Perioperative Practice. Denver, CO: AORN,  Inc; 2016:675-758.
   Dirlam Langley AM, Ofstead CL, Mueller NG, Tosh PK, Baron TH, Wetzler HP. Reported gastrointestinal endoscope reprocessing lapses: the tip of the iceberg. Am J Infect Control. 2013;41(12):1188-1194.
   Merritt K, Hitchins VM, Brown SA. Safety and cleaning of medical materials and devices. J Biomed Mater Res. 2000;53(2):131-136.
   Spaulding EH, Lawrence Carl A Block Seymour Stanton Reddish George F. Chemical disinfection of medical and surgical materials. In: Lawrence Carl A Block Seymour Stanton Reddish George  F, ed. Disinfection, sterilization, and preservation. Philadelphia: Lea & Febiger;  1968:517-531.
   Rutala WA. ERCP scopes: a need to shift from disinfection to sterilization? Meeting of the FDA Gastroenterology and Urology Devices Panel of the Medical Devices Advisory Committee [transcript]. Annapolis, MD: Free State Reporting, Inc.;  Meeting date May 15,  2015.


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