O Perigo da Assepsia
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O Perigo da Assepsia
MESMO APÓS LIMPEZA, ENDOSCÓPIOS SÃO FONTES DE CONTAMINAÇÃO.
Muitos pacientes podem estar sendo submetidos à endoscopia por instrumentos contaminados, segundo indicam dois novos estudos.
As atuais diretrizes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e outras entidades permitem a reutilização de endoscópios flexíveis após a limpeza e desinfecção de alto nível level disinfection - HLD), mas, os instrumentos geralmente permanecem contaminados e podem infectar o próximo paciente, confirmam pesquisas.
Cori L. Ofstead, que coordenou um dos estudos, afirma que a pesquisa “mostra que os métodos atuais de processamento não foram eficazes, e os endoscópios retiveram fluidos e hospedaram contaminação, inclusive patógenos”.
“Este estudo identificou problemas com a eficácia do processamento para todos os tipos de endoscópios flexíveis, não apenas os endoscópios gastrointestinais complexos com mecanismos de elevação. Os riscos para os pacientes podem ser mais elevados no caso de broncoscópios e endoscópios de urologia”, diz Ofstead, presidente e diretora executiva da organização de pesquisa independente Ofstead & Associates em Saint Paul, Minnesota.
“Ficamos surpresos ao descobrir que dois hospitais credenciados pela Joint Commission estavam pulando muitas etapas do processamento ou realizando-as mal, mas ficamos ainda mais surpresos ao descobrir que o processamento falhava na metade das vezes, mesmo em um hospital que tinha muito boas práticas”, afirmou Cori Ofstead à Reuters Health, por email.
Conforme publicado no American Journal of Infection Control (AJIC), Ofstead e seus colegas avaliaram as práticas de processamento, secagem e armazenamento de endoscópios em três hospitais de múltiplas especialidades. Em cada hospital, os pesquisadores examinaram endoscópios plenamente processados que foram armazenados por mais de 24 horas e enviaram as amostras para análise aos laboratórios de microbiologia registrados na Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e certificados pela International Organization for Standardization.
Os autores encontraram um indicador de contaminação orgânica em 22% dos endoscópios e detectaram crescimento microbiano em 71% deles. A equipe de pesquisa também examinou visualmente e fotografou os fluidos retidos e ou tras irregularidades com uma câmera e instrumentos projetados para examinar canais e portas. Também utilizaram cotonete estéril e indicador químico para testar a presença de água.
Eles encontraram fluido em 22 dos 45 endoscópios examinados, e a prevalência de umidade variou significativamente de acordo com o local (de 5% para 85%). Nenhum dos métodos de secagem eliminou todo o fluido residual ou os patógenos presentes na água.
As práticas de processamento e secagem seguiram as diretrizes em um caso e foram precárias nos outros dois; endoscópios danificados estavam em uso em todos os locais Mariah Quick, epidemiologista e gerente de projetos de pesquisa da Ofstead & Associates, disse à Reuters Health por e-mail: “É extremamente importante garantir que os endoscópios estejam completamente secos antes do armazenamento. Nossa análise estatística encontrou uma relação muito elevada entre os resultados de uma fita indicadora de umidade e inspeções visuais feitas pelo demorado método de examinar minuciosamente cada endoscópio. Isso significa que os centros de processamento podem implementar um protocolo prático e barato para testar endoscópios processados para garantir que nenhum fluido residual permaneça dentro deles”.
Conforme recomendado pelas diretrizes, “auditorias periódicas devem ser realizadas por especialistas para confirmar a aplicação de práticas adequadas de processamento. Os médicos devem pedir para ver os relatórios para que possam se sentir confiantes de que quaisquer problemas foram resolvidos”, insistiu Ofstead. “Para reduzir o risco, os médicos também de devem inspecionar visualmente cada endoscópio antes de utilizá-los, a fim de garantir que está livre de danos e detritos”. “Em última análise, para reduzir o risco do paciente, os médicos devem avançar no sentido de utilizar endoscópios esterilizados”, aconselham os autores.
No segundo estudo, publicado na revista Gut, a Dra. Margaret C. Vos do Erasmus do Centro Médico Universitário (University Medical Center) em Rotterdam, Holanda, e seus colegas descobriram em 39% de todos os centros holandeses pelo menos um duodenoscópio pronto para ser utilizado estava contaminado com micro-organismos detectáveis.
O estudo abrangeu centros que realizam colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), que é usada para diagnosticar doenças do pâncreas e do fígado. No total, 23 dos 150 duodenoscópios testados deram positivo para microrganismos com origem gastrointestinal ou oral, indicando que a desinfecção inadequada deixou material orgânico residual no instrumento, proveniente de pacientes que utilizaram os equipamentos anteriormente.
“Esses resultados sugerem que os atuais procedimentos de processamento e controle de processo não são adequados e seguros”, concluem os pesquisadores.
Fonte: AORN
Tradução: SOBECC Nacional
att.
Muitos pacientes podem estar sendo submetidos à endoscopia por instrumentos contaminados, segundo indicam dois novos estudos.
As atuais diretrizes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e outras entidades permitem a reutilização de endoscópios flexíveis após a limpeza e desinfecção de alto nível level disinfection - HLD), mas, os instrumentos geralmente permanecem contaminados e podem infectar o próximo paciente, confirmam pesquisas.
Cori L. Ofstead, que coordenou um dos estudos, afirma que a pesquisa “mostra que os métodos atuais de processamento não foram eficazes, e os endoscópios retiveram fluidos e hospedaram contaminação, inclusive patógenos”.
“Este estudo identificou problemas com a eficácia do processamento para todos os tipos de endoscópios flexíveis, não apenas os endoscópios gastrointestinais complexos com mecanismos de elevação. Os riscos para os pacientes podem ser mais elevados no caso de broncoscópios e endoscópios de urologia”, diz Ofstead, presidente e diretora executiva da organização de pesquisa independente Ofstead & Associates em Saint Paul, Minnesota.
“Ficamos surpresos ao descobrir que dois hospitais credenciados pela Joint Commission estavam pulando muitas etapas do processamento ou realizando-as mal, mas ficamos ainda mais surpresos ao descobrir que o processamento falhava na metade das vezes, mesmo em um hospital que tinha muito boas práticas”, afirmou Cori Ofstead à Reuters Health, por email.
Conforme publicado no American Journal of Infection Control (AJIC), Ofstead e seus colegas avaliaram as práticas de processamento, secagem e armazenamento de endoscópios em três hospitais de múltiplas especialidades. Em cada hospital, os pesquisadores examinaram endoscópios plenamente processados que foram armazenados por mais de 24 horas e enviaram as amostras para análise aos laboratórios de microbiologia registrados na Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e certificados pela International Organization for Standardization.
Os autores encontraram um indicador de contaminação orgânica em 22% dos endoscópios e detectaram crescimento microbiano em 71% deles. A equipe de pesquisa também examinou visualmente e fotografou os fluidos retidos e ou tras irregularidades com uma câmera e instrumentos projetados para examinar canais e portas. Também utilizaram cotonete estéril e indicador químico para testar a presença de água.
Eles encontraram fluido em 22 dos 45 endoscópios examinados, e a prevalência de umidade variou significativamente de acordo com o local (de 5% para 85%). Nenhum dos métodos de secagem eliminou todo o fluido residual ou os patógenos presentes na água.
As práticas de processamento e secagem seguiram as diretrizes em um caso e foram precárias nos outros dois; endoscópios danificados estavam em uso em todos os locais Mariah Quick, epidemiologista e gerente de projetos de pesquisa da Ofstead & Associates, disse à Reuters Health por e-mail: “É extremamente importante garantir que os endoscópios estejam completamente secos antes do armazenamento. Nossa análise estatística encontrou uma relação muito elevada entre os resultados de uma fita indicadora de umidade e inspeções visuais feitas pelo demorado método de examinar minuciosamente cada endoscópio. Isso significa que os centros de processamento podem implementar um protocolo prático e barato para testar endoscópios processados para garantir que nenhum fluido residual permaneça dentro deles”.
Conforme recomendado pelas diretrizes, “auditorias periódicas devem ser realizadas por especialistas para confirmar a aplicação de práticas adequadas de processamento. Os médicos devem pedir para ver os relatórios para que possam se sentir confiantes de que quaisquer problemas foram resolvidos”, insistiu Ofstead. “Para reduzir o risco, os médicos também de devem inspecionar visualmente cada endoscópio antes de utilizá-los, a fim de garantir que está livre de danos e detritos”. “Em última análise, para reduzir o risco do paciente, os médicos devem avançar no sentido de utilizar endoscópios esterilizados”, aconselham os autores.
No segundo estudo, publicado na revista Gut, a Dra. Margaret C. Vos do Erasmus do Centro Médico Universitário (University Medical Center) em Rotterdam, Holanda, e seus colegas descobriram em 39% de todos os centros holandeses pelo menos um duodenoscópio pronto para ser utilizado estava contaminado com micro-organismos detectáveis.
O estudo abrangeu centros que realizam colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), que é usada para diagnosticar doenças do pâncreas e do fígado. No total, 23 dos 150 duodenoscópios testados deram positivo para microrganismos com origem gastrointestinal ou oral, indicando que a desinfecção inadequada deixou material orgânico residual no instrumento, proveniente de pacientes que utilizaram os equipamentos anteriormente.
“Esses resultados sugerem que os atuais procedimentos de processamento e controle de processo não são adequados e seguros”, concluem os pesquisadores.
Fonte: AORN
Tradução: SOBECC Nacional
att.
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