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Avançam os estudos para uso de LEDs contra bactérias e fungos

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Mensagem por Admin Sáb Dez 05, 2020 4:27 pm

NOTÍCIAS - 23/11/2012

[size=52]Avançam os estudos para uso de LEDs contra bactérias e fungos[/size]

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No alto, haste com LED para tratamento no interior da boca. Embaixo, placas com microrganismos para estudos sob a luz 

O uso de LEDs para destruir bactérias e fungos nocivos à saúde bucal poderá estar disponível no Brasil dentro de pouco tempo. Um estudo, que envolve uma série de instituições do país, liderado pelo físico Vanderlei Salvador Bagnato, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), está sendo finalizado em parceria com a empresa Gnatus, de Ribeirão Preto, produtora de equipamentos médicos e odontológicos. A equipe de Bagnato desenvolve desde 2009 estudos para criar e testar um tratamento de descontaminação bucal, usando a técnica chamada de fototerapia dinâmica (TFD ou PDT, do inglês photodynamic therapy). O mesmo procedimento já é experimentalmente usado para outros fins como em lesões em partes externas do corpo, no tratamento de doenças como câncer de pele e leishmaniose, além de queimaduras. 

Até o começo do século passado, o homem tinha poucas armas para se defender de fungos e bactérias, a não ser seu próprio sistema imunológico, que na maioria dos casos não conseguia sair vitorioso. A situa­ção começou a mudar em 1928, quando o bacteriologista escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina, o primeiro antibiótico, que passou a ser um medicamento a partir de 1941. Parecia que a humanidade tinha vencido. Engano. As bactérias se mostraram um inimigo mais poderoso do que se pensava. A cada novo antibiótico elas desenvolvem resistências. Hoje existem superbactérias, imunes aos mais poderosos desses medicamentos. E é aí que entra a terapia fotodinâmica, que consiste no uso da luz – de lasers ou diodos emissores de luz, LEDs na sigla em inglês – para matar microrganismos. No caso da equipe de Bagnato, os estudos odontológicos estão sendo feitos com a luz emitida por LEDs.

 
A técnica é relativamente simples. O primeiro passo é aplicar na região infectada uma substância fotossensibilizadora, normalmente na forma líquida, e deixá-la agir por alguns minutos. Nesse tempo, ela é absorvida pelos microrganismos ou adere à membrana externa deles. Em seguida, ilumina-se o local com uma luz de uma cor, azul, vermelha, por exemplo, com precisão no comprimento de onda eletromagnética que ela representa, mais adequada para cada caso, que serve para excitar as moléculas do fotossensibilizador e reagir com o oxigênio presente naquele meio ou no microrganismo. Nessa reação esse elemento perde elétrons e formam-se radicais livres altamente reativos. “Estes, por sua vez, oxidam a região onde estão, levando à quebra da membrana dos microrganismos e, consequentemente, causando a morte deles”, explica a dentista Cristina Kurachi, do IFSC-USP e integrante da equipe de Bagnato. Também participam pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Araraquara, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, Universidade Fe­deral de São Carlos (UFSCcar), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu e Hospital Sírio- -Libanês, da capital paulista. 

 
Para que essa terapia possa ser usada por médicos e dentistas é preciso definir antes um protocolo seguro, que determine os parâmetros do tratamento. Assim, é necessário saber qual substância fotossensibilizadora é mais eficiente contra que microrganismo, com luz de que cor incidindo por quanto tempo. A equipe de Bagnato avançou no sentido de finalizar o protocolo. Eles testaram três fotossensibilizadores. A porfirina, medicação fabricada a partir da mesma substância que está presente no sangue; o azul de metileno; e o sal de curcuminoide, feito a partir da curcumina extraída do açafrão. Os estudos relativos a esse último fotossensibilizador contaram com a participação da equipe da professora Ana Claudia Pavarina, da Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara. Os dois primeiros são ativados com luz vermelha, num comprimento de onda de 630 a 660 nanômetros (nm), e o terceiro, pela iluminação azul, com 450 nm. 


ATT.
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